Respire Bem Usando as Narinas

13/09/2009 16:14

Retirado do Site www.yoganataraja.com.br - Por André DeRose

 

Você pode viver respirando pela boca, mas não pode viver bem fazendo isso. Procure respirar sempre pelas narinas, jamais pela boca, tanto na entrada quanto na saída do ar. Executando dessa forma, você estará evitando muitos problemas. Só para enumerar alguns: pode provocar danos na estrutura facial, deixando a face mais alongada; acredita-se que causa pressões na caixa craniana e é apontado como um dos causadores de cefaléia; altera a arcada dentária, que pela sua posição aberta para deixar o ar passar pressiona os dentes inferiores - para promover o melhor fluxo respiratório, o ar precisa contornar a língua e isso deforma o céu da boca, empurrando também os dentes superiores para frente; produz desnivelamento dos seios (um fica mais alto que o outro); força a coluna vertebral; enfraquece o diafragma; entorta os lábios para um dos lados (problema comum de quem respira pela boca e dorme de barriga para baixo); força as cordas vocais alterando a voz; enfraquece o sistema imunológico, pois respirar pela boca aumenta a inalação de substâncias nocivas suspensas no ar que os cílios nasais filtrariam.

 

A respiração bucal impede a formação da pressão ideal no interior dos alvéolos pulmonares para a perfeita assimilação do oxigênio. Ao inspirar pela boca, você permite que as impurezas entrem diretamente nos pulmões. O design do nariz foi especialmente projetado para filtrar a poeira, mas quando respiramos pela boca estamos mais predispostos às infecções contidas no ar, abrindo as portas para diversos distúrbios.

 

Produz ressecamento das narinas e vias aéreas. Afinal de contas, por que a natureza teria se dado ao trabalho de fazer o nariz se não precisássemos dele? Além do mais, seria uma grande ironia se depois de milhões de anos de evolução para que a natureza criasse as narinas, utilizássemos a nossa "inteligência" para respirar pela boca. Os ortodontistas apresentam cada vez mais evidências de que a obstrução das vias aéreas superiores em crianças contribuiu para alterações no crescimento facial e desenvolvimento dental. Vários exames mostraram que algumas dessas obstruções foram causadas por maus hábitos respiratórios provocando alterações estruturais tanto no nariz quanto a maloclusão dental.

 

A boca não oferece nenhuma proteção aos pulmões, pessoas que dormem de boca aberta deixam passar o ar frio, afetando os órgãos respiratórios, além disso impede a formação da pressão ideal no interior dos alvéolos pulmonares para a perfeita assimilação do oxigênio.

 

A respiração pela boca é tão prejudicial que o problema já tem até nome é a síndrome do respirador bucal essa respiração provoca má postura da cabeça e do pescoço produzindo o estiramento dos músculos raquidianos e tirando a posição normal das vértebras cervicais provocando alterações vasculares. Fora isso o mau posicionamento da mandíbula produz um estiramento constante dos temporais, levando uma tensão exagerada nesta região causando um tipo de cefaléia tensional que envolve vários grupos musculares como os ombros, pescoço, couro cabeludo e principalmente a face. Se você tem constantes dores de cabeça saiba que pode ser a síndrome do respirador bucal (SRB), e você pode diferenciá-la das outras dores de cabeça por que ela se apresenta muitas vezes como uma sensação de aperto, peso ou pressão como uma faixa apertada amarrada em torno da cabeça, geralmente localizada atrás dos olhos, têmporas e ou nuca.

 

Enfim, são tantas alterações que eu espero que você esteja considerando respirar só pelas narinas daqui para frente. Ao fazer a respiração nasal, lembre-se que o ar sai por onde entrou, por isso nada de respirar pelas narinas e depois soprá-lo pela boca, como se fosse um pneu furado...

 

Quando você inspira pelas narinas ocorre o seguinte: o ar mais frio e seco entra pelas narinas e sofre um processo de aquecimento por umidificação; esse ar quente e úmido desce agora pelas vias aéreas gostosamente, pois está na temperatura certa. O que aconteceu com o corpo? Bom, as narinas ressecaram após cumprir a tarefa de aquecimento do ar perdendo boa parte da sua umidade; com isso, elas necessitam do ar que está dentro do corpo, que por sua vez fica ainda mais quente e um pouco mais úmido. É esse ar que, quando retornar pelas vias aéreas, vai re-umidificar as mucosas das largas sinuosidades nasais e aquecê-las novamente, preparando-as para a próxima respiração, dando prosseguimento ao ciclo.

 

As narinas têm uma forma afunilada, com a abertura maior na parte de fora e que, como um cone, vai diminuindo. Quando inspiramos rapidamente, é muito comum que a aba externa se contraia, fechando-se; já na expiração, isso jamais acontece, por mais forte que seja a expiração. Portanto, é infinitamente mais difícil colocar o ar para dentro do que para fora. Além disso, perdemos umidade ao soltar o ar pela boca. Então me explique, de onde surgiu a mania de inspirar pelas narinas e expirar pela boca? Nada abaliza esse procedimento. O correto é respirar apenas pelas narinas. Lembre-se sempre: o ar entra e sai pelas narinas. Devido a causas patológicas ou por maus hábitos o homem, por vontade própria, é o único entre os mamíferos que respira pela boca; como se isso não bastasse, as narinas são portas para duas nádí - uma positiva, pingalá nádí, e outra negativa, idá nádí. Recentemente, foi descoberto que a respiração nasal estimula centros neurológicos específicos que levam a estados humorais diferenciados.

 

Anos atrás, estive em Portugal para um congresso de yoga. Chegando lá, fui convidado para fazer parte de uma experiência junto com diversos professores. Depois de muitos fios, computadores, agulhas e testes mil, fomos dispensados. Ao final do evento, os pesquisadores emitiram um relatório... Qual não foi a minha surpresa quando nos disseram que um dos resultados obtidos estava relacionado com as narinas! Ambas estão vinculadas ao sistema nervoso - uma atua predominantemente no simpático e a outra no para-simpático.

 

Executar a respiração nasal nos faz respirar mais devagar e isso aquieta o ritmo cardíaco e também as ondas cerebrais. Tudo isso acaba favorecendo a oxigenação sangüínea, por oferecer tempo extra para que os pulmões realizem suas trocas gasosas (sangue venoso transforma-se em arterial).

 

Durante a fase de crescimento uma criança que tenha por hábito respirar pela boca consegue freqüentemente através da musculatura da bochecha forçar os ossos da mandíbula produzindo um crescimento ósseo para baixo, desenvolvendo uma alteração facial alongada com os dentes centrais projetados para fora dos lábios, deixando os dentes ressecados.

Tal alteração provoca frequentemente um mau posicionamento da coluna vertebral deixando a pessoa arqueada para frente produzindo uma postura derrotista com grande influencia emocional além de comunicar as demais pessoas uma personalidade depressiva, triste e submissa. A Respiração Bucal, acarreta a síndrome da dispnéia do sono sofrendo interferência na qualidade do sono por roncar, além é claro de ter grandes chances de produzir também a apnéia do sono tendo interrompido o processo natural do dormir não atingindo o estágio 3 e 4 do sono.

 

Crianças que não possuem uma boa qualidade do sono tem bloqueio da liberação do hormônio do crescimento, afetando o desenvolvimento normal. Além de tudo que foi dito estudos recentes demonstraram que bactérias existentes na boca principalmente de quem costuma descuidar com freqüência da escovação causam doenças pulmonares.

Micróbios, germes e impurezas em suspensão acabam pegando uma carona no fluxo do ar inalado sem a filtragem adequada pela porta que está constantemente aberta seguindo até os pulmões e uma vez lá dentro eles aceleram a produção de mucosidade nos brônquios. Então diversas Bactérias, como a da pneumonia por exemplo acabam por se aproveitar dessa brecha.

 

As narinas alternam o funcionamento regularmente, tendo ora a narina direita ativa ora a esquerda, essa alternância das narinas está relacionada com uma série de fatores biológicos e energéticos. Uma das teorias diz respeito a regeneração das células e da mucosa nasal, enquanto uma narina fica fechada e o sistema cuida dos reparos a outra fica funcionando plenamente. Pouco a pouco a que estava obstruída vai abrindo até que ambas estejam funcionando por igual, ficam cerca de 20 minutos nesse estado até que ocorre uma nova troca. Isso ocorre várias vezes ao dia, caso o sistema esteja desequilibrado uma das narinas fica funcionando excessivamente e acaba produzindo alterações humorais e que podem levar a pessoa a estados de depressão o excitação dependendo qual narina esteja aberta. Raramente existem pránáyámas que utilizam respirações pela boca.

 

Apenas o (sopro há), shítalí e sítkárí, e mesmo assim são usados unicamente para combater a sensação de calor, fome, sede ou exaustão.